>@stockpexel/Shutterstock
©stockpexel/ Shutterstock
  • 82 % dos portugueses inquiridos acreditam que a transição para uma economia neutra em termos de clima só pode acontecer se, simultaneamente, se combaterem as desigualdades.
  • 86 % (12 pontos percentuais acima da média de 74 % da União Europeia) são favoráveis à abolição de subsídios e benefícios fiscais no setor da aviação e relativamente a todas as empresas que dependem fortemente dos combustíveis fósseis.
  • 66 % acreditam que o Governo deve conceder uma compensação financeira aos países afetados por alterações climáticas para as quais não contribuíram.
  • 63 % referem que aceitariam um aumento do imposto sobre o rendimento para ajudar as pessoas com rendimentos mais baixos a adaptarem‑se às políticas relacionadas com o clima.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) lançou hoje a sexta edição do seu Inquérito sobre o Clima. Estes são alguns dos resultados mais marcantes deste inquérito anual efetuado em agosto e setembro de 2023. Realizado desde 2018, o Inquérito do BEI oferece uma perspetiva sobre as opiniões dos cidadãos das principais economias em matéria de alterações climáticas, abrangendo mais de 30 000 inquiridos na União Europeia, Estados Unidos da América, China, Índia, Japão, Reino Unido, EAU, Canadá e Coreia do Sul. O BEI é o braço financeiro da União Europeia e o maior financiador multilateral de projetos de ação climática em todo o mundo.

Depois de mais um ano repleto de desafios, marcado não apenas pela inflação mas também por vagas de calor e secas sem precedentes, os resultados do Inquérito do BEI sobre o Clima revelam que os inquiridos portugueses estão agora muito mais cientes do impacto profundo das alterações climáticas e da necessidade de uma ação imediata em Portugal e em todo o mundo. O aumento do custo de vida é claramente considerado pelos inquiridos como o desafio mais sério[1] (81 % classificam‑no entre as três preocupações mais prementes no seu país, 13 pontos percentuais acima da média da UE), seguido das disparidades de rendimento, do acesso aos cuidados de saúde e do impacto das alterações climáticas e da degradação ambiental

Exigência de uma transição justa no seu país e nos países afetados

O custo e as implicações financeiras da transição ecológica são suscetíveis de afetar os orçamentos dos cidadãos, sendo mais duramente atingidas as famílias com rendimentos mais baixos.

Estando as disparidades de rendimento classificadas como o segundo problema mais grave, a maioria dos inquiridos portugueses apelam à adoção de políticas justas para enfrentar a emergência climática. 82 % (14 pontos percentuais acima da média da União Europeia) afirmam que a transição para uma economia hipocarbónica só pode acontecer se, simultaneamente, forem adotadas medidas de combate às desigualdades sociais e económicas.

No entanto, apenas 31 % dos inquiridos dizem estar confiantes na capacidade do país para realizar essa transição climática justa.

Sobre a questão da compensação dos países em desenvolvimento para os ajudar a enfrentar o impacto das alterações climáticas – que se espera vir a ser um tema central na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2023, no Dubai (COP28) – os inquiridos portugueses são favoráveis a alargar os auxílios além das suas fronteiras, com vista a apoiar os países mais vulneráveis às alterações climáticas e assegurar uma transição globalmente justa para um futuro resiliente e com impacto neutro em termos de clima.

66 % dos inquiridos (6 pontos percentuais acima da média da UE) concordam que o país deve atribuir uma compensação financeira às nações afetadas para as ajudar a combater as alterações climáticas.


[1] Os inquiridos tinham de selecionar os três maiores desafios para o seu país a partir de uma lista aleatória de dez tópicos: aumento do custo de vida, desemprego, alterações climáticas, degradação ambiental, instabilidade política, disparidades de rendimento, acesso aos cuidados de saúde, migrações em larga escala, ataques informáticos e terrorismo.

>@Graphic workshop/EIB

Impostos para apoiar uma transição justa

Os resultados do inquérito revelam que 63 % dos inquiridos (4 pontos acima da média da UE de 59%) estariam dispostos a pagar mais imposto sobre o rendimento para ajudar as famílias com rendimentos mais baixos a suportar os custos da transição ecológica. 51 % aceitariam pagar um acréscimo de 1 % a 2 % do seu rendimento e 12 % aceitariam um aumento de 5 % a 10 %.

Existe igualmente um forte consenso a favor de outros tipos de políticas relacionadas com o clima. Por exemplo, 87 % afirmam ser favoráveis a uma reforma fiscal para abolição de subsídios e benefícios fiscais no setor da aviação e em outras indústrias que dependem fortemente dos combustíveis fósseis.

Nas palavras de Ricardo Mourinho Félix, vicepresidente do BEI:

«O último Inquérito do BEI sobre o Clima sublinha a profunda consciencialização dos inquiridos portugueses em relação às alterações climáticas e o seu compromisso de as abordar com frontalidade. Compreendem que, para alcançar uma transição bem‑sucedida para uma economia neutra em termos de clima, é fundamental combater as desigualdades sociais e económicas, tanto a nível interno como a nível mundial. No Banco Europeu de Investimento, estamos totalmente empenhados em apoiar uma transição justa, que não deixe ninguém para trás. A solidariedade e a adoção de medidas de ação revestem-se de cada vez maior importância. Para prosseguir o seu objetivo global de incentivar a coesão social e económica, o BEI está a aumentar o financiamento destinado à promoção de cidades e regiões mais respeitadoras do ambiente, com infraestruturas adaptadas às necessidades da população. É agora mais importante do que nunca permanecermos unidos e adotarmos medidas concretas.»

O Inquérito do BEI sobre o Clima

O Banco Europeu de Investimento (BEI) concluiu a sexta edição do Inquérito do BEI sobre o Clima, que analisa de forma exaustiva as opiniões da população sobre as alterações climáticas. Realizada em parceria com a empresa de estudos de mercado BVA, a sexta edição do Inquérito do BEI sobre o Clima pretende alimentar um debate mais amplo sobre as atitudes e expectativas em termos de ação climática. Mais de 30 000 inquiridos participaram no inquérito entre 7 de agosto e 4 de setembro de 2023, com uma amostra representativa de pessoas com idades a partir dos 15 anos em cada um dos 35 países em que decorreu o inquérito (UE 27, Estados Unidos da América, China, Reino Unido, Índia, Japão, Coreia do Sul, Canadá e EAU).

Sobre o Banco Europeu de Investimento

O Banco Europeu de Investimento (BEI) é a instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia, cujo capital é detido pelos Estados‑Membros. Está presente em mais de 160 países e concede financiamentos a longo prazo para investimentos viáveis que contribuam para a concretização dos objetivos estratégicos da UE. 

  • Em 2019, o BEI atualizou a sua política de concessão de empréstimos no setor da energia, pondo termo ao financiamento de quaisquer projetos que envolvam combustíveis fósseis sem abatimento, incluindo gás natural. O BEI foi o primeiro banco multilateral de desenvolvimento a tomar esta decisão. 
  • Em 2021, o BEI tornou‑se também no primeiro banco multilateral de desenvolvimento a alinhar as suas atividades financeiras com o Acordo de Paris. 
  • Através do seu Roteiro do Banco do Clima, o BEI visa mobilizar 1 bilião de EUR em investimentos em ação climática e sustentabilidade ambiental durante a década crítica de 2021‑2030. 
  • Comprometeu‑se ainda a aumentar os investimentos em ação climática e sustentabilidade ambiental para mais de 50 % do montante anual de concessão de empréstimos até 2025 (no ano transato, esse objetivo foi ultrapassado, atingindo 58 %).

A EIB Global é a direção especializada do Grupo BEI dedicada às operações no exterior da União Europeia, sendo também um parceiro fundamental da Estratégia Global Gateway da UE. Tem por objetivo apoiar, pelo menos, 100 mil milhões de EUR de investimentos até ao final de 2027, o que corresponde a cerca de um terço da meta global dessa estratégia. No âmbito da Equipa Europa, a EIB Global fomenta a criação de parcerias sólidas, centradas em objetivos específicos, juntamente com instituições congéneres de financiamento do desenvolvimento e com a sociedade civil. A EIB Global aproxima o Grupo BEI das comunidades, empresas e instituições locais através dos seus gabinetes espalhados pelo mundo.

Sobre a BVA Xsight

A BVA Xsight é uma empresa pioneira de estudos de mercado e consultoria. Recorrendo aos conhecimentos e competências especializadas de que dispõem neste domínio, os seus 400 peritos estudam as vertentes singulares das vidas das pessoas. Oferecem uma análise profunda e orientada para a adoção de medidas práticas, melhorando o processo de tomada de decisões e o desempenho organizacional.

A BVA Xsight atua tanto em França como internacionalmente, estabelecendo parcerias com organizações públicas e privadas. Reconhecida com numerosos prémios pelas suas capacidades de inovação, a BVA Xsight destaca‑se pela dedicação da sua equipa e pelo seu entusiasmo pela profissão.

Fundada em França em 1970, a BVA Xsight é uma empresa guiada pelos seus objetivos e integra o Grupo internacional BVA.

Saiba mais sobre a BVA Xsight: www.bva.fr